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Lua sem Sol

"Hoje eles vivem assim....separados, o SOL finge que é feliz, a LUA não consegue esconder que é triste."

Lua sem Sol

"Hoje eles vivem assim....separados, o SOL finge que é feliz, a LUA não consegue esconder que é triste."

Nada se sobrepõe a ele

Mesmo rodeada de imensa gente, mesmo que a Vida dela seja carregada de problemas, há alturas em que "aparece" de mansinho na sua cabeça. Ouve a sua voz, em modo repeat, a dizer a ultima frase que a "matou" por dentro. E o sorriso com que a "embrulhou" ainda a dilacerou mais. Não devia de ser permitido "matar" alguém por dentro. Esse dia, recorda-o minuto a minuto, como se fosse agora. Vê-o a sorrir e a dizer-lhe, por outras palavras, que não a queria mais, que existia outra pessoa e que não seria justo com ela se continuassem os dois. Justo com a outra, e ela ? pensou nela ? pensou neles ? Claro que não, pensou nele e como era fácil de "descartar" alguém que constantemente o relembrava do Amor que tinha por ele. Mas, como ele disse "palavras não têm qualquer valor". E é tudo isso que ela recorda e mais uma vez a palavra Amor deixou de ter significado e não irá ser mais utilizada e dita pela sua boca. Agora "alguém" ficou com essa missão. Mas ela duvida que haja alguém que, mesmo em palavras sem significado, lhe transmitam tanto Amor e carinho e dedicação como as que eram ditas por ela.

E assim vai vivendo, e assim vai retirando letra a letra da frase final até nunca mais a ouvir, apagar o sorriso que a "matou" e aí esquecer de vez quem a "trocou" por atos e não palavras.

Foi ....

.... o sorriso que só eu vi. Um sorriso que ainda hoje, fecho os olhos, e vejo.

 

"Creio que foi o sorriso,
 o sorriso foi quem abriu a porta.
 Era um sorriso com muita luz
 lá dentro, apetecia
 entrar nele, tirar a roupa, ficar
 nu dentro daquele sorriso.
 Correr, navegar, morrer naquele sorriso."

By Eugénio de Andrade

Mesmo que .......

"Mesmo que nunca mais te tenha
 Mesmo que nunca mais te queira
 Mesmo que nunca mais te veja....

 Que esse amor que nos prende
 E ao mesmo tempo nos liberta
 É maior que nós dois!
 Bem maior que nós dois ...."

 

E eu AMO-TE

 

 

O arrastar da Vida ....

Tem dias que os dias não existem, não são vida, são mais uma passagem rápida para o dia a seguir, que se prevê igual a este ..... acordar, sobreviver, adormecer .... 

Podem dizer que "já não é mau", e não é mesmo, entre o acordar e o adormecer e pelo sobreviver, vai-se oscilando entre o rir, chorar, gritar, aceitar e desesperar.

Tenho dias que sobrevivo de fotos, de recordações, de sons e cheiros.

Que respiro mecânicamente e vou "passando" pelo dia com a ajuda de tudo isso.

Que sorrio só porque sim porque realmente a vontade, vontade era que me deixassem sossegada em silêncio e a ter pena de mim própria, pena de ter tantos objetivos e sonhos e por mais que faça não consigo. Nem um pouco.

Mas, sim, é verdade, podia ser bem pior. Porque tem dias que é tão mau. A saudade não me deixa, é como uma buzina constantemente na cabeça. As perguntas e respostas, o ódio e a tristeza, e a realidade sempre á frente dos meus olhos.

Nada acontece por acaso, acredito, mas conseguir dar justificação a isso é tão dificil. Não ser feliz, tem um propósito ? Qual ? Porquê ? Não mereço ? Porquê ? Sou má pessoa ?

Tem alturas que estou farta, cansada, desesperada e principalmente só.

E é nisto que se passam os meus dias, alguns dias, a arrastarem-se ..... sem horizonte nem caminho. E hoje é mais um deles ..... 

E é isto a separação ......

"Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente."

by Vinicius de Moraes

Desabafos ....

Devo de ser mesmo muito parvinha porque realmente há coisas que me ultapassam.

Como é possivel que num dia em que toma posse mais um Presidente (ok, é mais um e se calhar não é um Presidente de todos, mas é Presidente do nosso País e foi eleito por nós e tomou posse ontem) a noticia de abertura de um dos telejornais nacionais foi a vitória de um clube de futebol português (que nem se sabe muito bem de onde vem o dinheiro para pagar os ordenados que pagam aos jogadores, treinador e resto de pessoal) ????

Sendo assim, porque não metemos o Presidente do dito clube em Presidente do País e fazia-se a festa 2 em 1 ?? Era uma ideia ..... e poupava-se algum dinheiro para o País ...

Pobre gente, pobres valores e prioridades que já foram .... enfim, é o País que temos ....  

O ideal não existe .... acho que nem o Amor ....

"Disseste-me, um dia, que o ideal no amor seria este terminar da maneira tão fácil como começa.

E, no entanto, nunca é assim, nunca foi assim, jamais será assim. É muito difícil terminar de maneira fácil.

Connosco as nossas vidas começaram a apartar-se no dia em que mantivemos silêncio sobre as coisas que nos importavam.

Passou tanto tempo, desde que, pela primeira vez, nos conhecemos e nos deixámos dominar pelo fogo de uma paixão que não se anunciou e a que rapidamente cedemos.
Tanto tempo, desde que, pela primeira vez, nos descobrimos nus, deixando as roupas abandonadas, em desordem, na impaciência de nos abandonarmos um no outro. Na pressa de nos darmos e de sermos recebidos.
Tanto tempo depois daquele amor feito. Do sossego depois do rebuliço. Do meu coração a querer sair de mim e onde só o teu rosto pressionando o meu peito, feito tua almofada, pareceu impedir.
Tanto tempo depois daquele doce aconchego, onde o meu mundo se resumia a um desejo de ti. De te cheirar, de te ouvir, de te ver, de te tocar, de te sentir e de sentir que só assim a vida faz todo o sentido.
De sentir que nada é demais no amor, porque quando se ama nada é exagerado e tudo parece pouco.

E agora faltas-me...
Faltas-me mesmo quando, a espaços, voltas, exigindo não haver exigências ou requisitos. Dizendo que voltas pelos momentos. Anunciando que voltarás de livre vontade se te deixar ir livremente. Que desejarás regressar se mantiveres o desejo.
Faltas-me mesmo quando retornas ao local, onde já não moras mas onde ainda vives e que é um local de solidão.
E voltas à confusão que é a minha vida; um desalinho parecido às nossas roupas espalhadas pelo chão, depois de, novamente e mais uma vez, apenas o desejo ter sido satisfeito.
Faltas-me porque te amo sem te ter. Porque habitas dentro do meu pensamento sem que te possa pensar. Porque ergues fronteiras ao amor e estabeleces os limites da paixão
Faltas-me porque vives em mim através da lembrança de ti. Preciso de esquecer-te para que se arrumem as memórias contigo mas sofro a cada vez que me esforço, porque são essas recordações o que me resta de ti.
Se sem ti a vida já me parece vivida pela metade, sem a lembrança de ti, sinto que serei um corpo vazio cujo conteúdo foi retirado. Um espaço oco cheio de nada. Um local onde nada ocupa o teu lugar.
E vivo neste tumulto de mim comigo, porque sempre que me queres, eu quero, quando me descartas, eu coloco-me de lado. Vivo pelas tuas vontades, sem vontade própria. Usas-me sem me amar e eu amo-te sem saber como te aproveitar.
Sinto falta da vida que não consigo descobrir sem ti e apenas vou existindo e perdurando.
E sempre que partes, sei que cada despedida é um regresso adiado e será um retorno sem futuro.

by Paulo Gonçalves Ribeiro

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